“Muitas vezes pensamos que a “aquela” gota d’água foi a
responsável pelo transbordamento do copo! Ninguém lembra ou quer lembrar que
antes o copo estava sendo preenchido com água muito antes. E assim acreditamos
que transbordou por conta de uma única gota!”
Muitos foram os motivos que nos (UNIPOL-BA / M.U.) fizeram tomar a decisão de
sairmos da direção do SINDPOC.
Alguns de forma ingênua ou maldosa irão dizer que foram
motivos superficiais e pessoais. Mas, tenham a certeza que um grupo de lutadores
e lutadoras, como o nosso, que possuem princípios e experiência na luta sindical na Polícia Civil
da Bahia, não tomariam uma decisão dessa magnitude senão fosse por
motivos que nos afligissem ou que pudessem desmoralizar nossos princípios, nossas construções políticas e nossa ética. O convívio e tentativa de caminhar juntos chegou ao fim e pôs em xeque a continuidade da nossa história de relação transparente e democrática com a categoria. Escolhemos continuar ao lado dos que fazem a boa luta. escolhemos certo...e renunciamos!
Não saímos, como já dizem as más línguas por discordâncias partidárias.
Apesar das causas terem um cunho político e ético, nunca tivemos amarras
partidárias que norteassem nossas atitudes e debates internos. Até porque
(UNIPOL-BA) somos suprapartidários, independentes e autônomos diante de
partidos e qualquer agrupamento social. Não somos correia de transmissão de agremiações
politicas partidárias, nem de grupos religiosos, nem de seitas. Somos um
coletivo diverso, amplo, plural e que acolhe seus membros num espectro político
ideológico que abriga pessoas da direita, centro e da esquerda. Assim como
pessoas que não se definem politicamente e nem ideologicamente. Somos a
UNIPOL-BA na Luta pelo Salário de Nível Superior!
Já vinhamos tentando um dialogo para compor chapa com o grupo
majoritário que já dirige o Sindpoc há mais de 15 anos. E nesse dialogo
ocorreram acordos e proposições. Mas...TUDO foi vilipendiado e
desrespeitado durante o processo. Nenhum deles foram cumpridos. Pelo contrário, nossas proposições e acordos foram descumpridos e modificados unilateralmente pelo representante do grupo majoritário que dirige o Sindpoc há 15 anos. Portanto,
estava evidente que essa aliança não poderia dar certo. Desconfianças, quebra
de acordos e práticas antidemocráticas deram o tom dos
acenos e condutas daquele grupo majoritário que permanece na direção da entidade, e fará de tudo para se perpetuar.
Já estávamos vivenciando isso durante a caminhada nesses
últimos 3 anos. Mas acreditávamos que no desejo de termos uma nova gestão para
a entidade sindical, as disposições politicas de agregar o diferente estariam afloradas e se concretizariam.
Ledo engano! O desejo real do campo majoritário do Sindpoc é tão somente de se
perpetuar numa lógica frouxa, de resultados pífios e num processo crescente de
desconfianças, descréditos, apagamento do debate, autocracia de um dirigente e vacilos propositais diante da relação que
tiver com dirigentes da PCBA e com o Governo do Estado da Bahia.!
Assistimos as eleições antecipadas, açodadas e assustadoras
(tem colega que não acredita ou não sabe que houve eleições para a direção do Sindpoc! Pasmem!). Vimos uma Chapa
que não conseguiu se inscrever por atos dantescos perpetrados por dirigentes do
Sindpoc. E um processo de votação itinerante, nada de acordo com a tradicional
democracia dos processos eleitorais da entidade... e que se não fosse assim,
jamais teríamos um número de votos que foram computados: cerca de 1.060 votos. O referendo através do voto seria insignificante se a votação fosse do modo tradicional (urnas nas sedes de coorpins e em locais centralizados). Quase ninguém iria votar!
Os membros da UNIPOL-BA que estavam foram indicados a
participarem da gestão 2022-2026, tinham uma tática, decorrente de uma
estratégia construída durante o convívio na caminhada das lutas conjunta com o Sindpoc. Que era de poder ingressar na direção do Sindicato, após diálogos programáticos e estratégicos e assim disputar interna e externamente, DEMOCRATICAMENTE, novos rumos de gestão
para entidade. Onde novos parâmetros de democracia, participação, discurso,
acolhimento e confiança da base para com a entidade fossem construídos e
desenvolvidos ao longo da gestão. Resgatando a credibilidade e a participação ativa da base. Acreditávamos que essa nossa proposição faria
com que o “aliado” ao menos dialogassem sobre essa possibilidade e quisesse que esses(as) abnegados(as) pudessem caminhar juntos. Tivemos, então, no cumprimento
da tática, que engolirmos alguns "sapos" que arranharam nossos princípios e revelaram que aqueles (imaginários aliados) queriam somente nos apagar, invisibilizar e nos ter próximo para controlar. E assim, em nome da tentativa de cumprimento das nossas tática, fomos chamuscados, desrespeitados e expulsos do processo.
Ao longo do caminho, percebemos que a tática diante das
investidas antidemocráticas do campo majoritário que dirige o Sindpoc há 15
anos, encontrava imensas dificuldade e obstáculos intransponíveis. E eles
impediram que pudéssemos ao menos dialogar. Ocorreu boicote, perseguição, preconceito
de alguns diretores contra nosso ingresso, e tudo isso com a anuência do
próprio Eustácio Lopes! Portanto, diante do entendimento do "antes tarde
do que nunca", saímos daquela direção antes que ela nos guilhotinasse e
nos desmoralizasse por completo.
E como a gota d’água a quebra do último elo (que poderia nos
sustentar tentando por em curso nossa tática), tornou a situação insustentável para a nossa permanência na direção da entidade Sindpoc. Esse último elo foi a quebra do acordo de um dos dispositivos dialogado e confirmado nas negociações, que foi a NÃO
aquisição de (01) uma disponibilidade (possibilidade do dirigente se afastar dos
afazeres do trabalho, para se dedicar exclusivamente a luta sindical) para um
dos nossos (UNIPOL-BA). Tínhamos acordado que nosso campo teria 01 (uma) das 06
(seis) destinadas a direção do Sindpoc. Isso tinha sido acordado com antecedência, mas fomos
surpreendidos com mais uma quebra de acordo e não mais teríamos esse
dispositivo. O presidente Eustácio nos informou que não mais teríamos esse
dispositivo. E só soubemos disso porque ocorreu uma movimentação dentro das redes
sociais sobre o tema. Quando entramos em contato com Eustácio, o mesmo nos informou
que não mais teríamos esse dispositivo (a disponibilidade). Ou seja: uma escancarada quebra de
acordo, desonrosa, de forma unilateral e surpreendentemente, cínica!
Algumas pessoas irão mais uma vez dizer: “Mas, por isso vocês saem da direção de uma entidade tão importante, na possibilidade de unidos construírem algo benéfico para todos(as) nós?” Respondemos, mais uma vez: Colega, como foi dito desde o início dessa carta, “Não é a gota, que faz a água transbordar do copo, a causa última do fenômeno. Mas a constante realidade de deixar encher o próprio copo.
Nossa atitude de não compactuar ou de não se iludir em fazer parte de um
processo que não goza de confiança, transparência, democracia e participação coletiva. Que não tem a participação e responsabilização real dos dirigentes. De um processo onde dirigentes não possuem a liberdade para
agir, não pode ser considerado algo sério e digno pra quem deseja e luta por
mudanças. Tentamos adotar uma tática que nos custou muito caro! Sonhamos com
tempos melhores tentando dirigir com unidade, parceria e autocrítica dos erros no
percurso, mas fomos obliterados a todo instante. Engolimos "sapos" que podiam por
em xeque nossos princípios e nosso legado. Hoje cortamos na própria carne, com
autocrítica, mas com dignidade de um grupo que teve a coragem de sair de uma
armadilha a tempo. Está fora, daquele espaço será mais leve pra todos(as) nós.
Será mais trabalhoso, contudo, será mais coerente e transparente. Sobretudo
autônomo, independente e democrático.
Queremos finalizar essa carta garantido algumas coisas: VAI
TER LUTA! E como vai! Firmeza na busca do SALÁRIO DE NÍVEL SUPERIOR, JÁ! NENHUM
PASSO PARA TRÁS! NÃO ACEITAREMOS MIGALHAS! Seremos oposição naquilo que
discordarmos! Fiscalizaremos a nossa
entidade sindical! Não daremos trégua aos desmandos e a inépcia. Cobraremos
tudo que acreditamos ser legitimo e coerente para nossa luta. E caminharemos
junto no que for plausível e possível! Mas nunca perderemos a independência e
autonomia.
Estaremos, na semana que vem, trazendo todos os detalhes e
falas sobre nossa saída da direção do Sindpoc. Num PODCAST onde estaremos realizando
com a presença de todos(as) dirigentes que renunciaram e alguns convidados,
descrevendo os detalhes e algo de interesse geral da nossa base.
Abaixo, listaremos os(as) ex-dirigentes do Sindpoc que
renunciaram!
IPC Álvaro Reis Silva da Cruz: DIRETOR DE BASE
IPC Denilson Campos Neves: DIRETOR DA SECRETARIA DE QUALIFICAÇÃO E FORMAÇÃO
SINDICAL
IPC Eduardo Henrique Santos Alfano: DIRETOR REGIONAL DA 8ª COORPIN
IPC Euler Schaper Marques: DIRETORA ADJUNTA DA SECRETARIA GERAL
IPC Francisco Denilcio Ribeiro Araújo: DIRETOR REGIONAL DA RMS
EPC Liz Gardênia Tupiná Rodrigues: DIRETORA REGIONAL DA 16ª COORPIN
IPC Luiz Augusto Honorino Ferreira: DIRETOR ADJUNTO DA SECRETARIA SOCIAL,
DE ESPORTE, CULTURA, LAZER E EVENTOS
IPC Nilson Carvalho Crusoé Júnior: DIRETOR DE BASE
IPC Ueliton Roberval Alves Lima: DIRETOR DE BASE
IPC Wanderley Alexandre Rebés Veloz: DIRETOR DE BASE
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