terça-feira, 18 de outubro de 2022

Uma recente história de Investigação dos IPC’s da DRFRV e a desvalorização da atividade de Investigação na PCBA!

 

Polícia Civil deflagra 'Operação Visão' em Salvador / Foto: Haeckel Dias / Ascom-PC



 

É preciso muita coragem, zelo e determinação para o exercício da atividade de policia investigativa desempenhada por Investigadores(as), Escrivães e Peritos Técnicos da PCBA. Se não bastassem os perigos mortais da profissão ainda existem outras agruras que atingem a profissão.

É preciso lutar contra os assédios, chantagens, abusos, maus tratos e as péssimas condições de trabalho que o Estado oferta. E para agravar potencialmente a situação esses(as) profissionais fazem malabarismos para sobreviver com os aviltantes salários que recebem ao final do mês.

Como parece que esse poço não tem fundo é preciso muito equilíbrio e autoestima elevada para enfrentar, também, os preconceitos e descriminações por serem policiais. Uma vida muito difícil, doentia e desrespeitada.

Mas, eu Denilson Neves, IPC na PCBA, tive o privilégio de observar e (de certa forma) participar nesses últimos 16 dias de duas ações dos(as) Investigadores(as) de duas unidades policiais especializadas: A DRFR e a DRFRV. E venho defender e revelar uma ponta do iceberg do que investigadores(as) são capazes de fazer para cumprirem seus deveres e assim trazer um alento a sociedade!

No dia 02 de outubro, dia das eleições brasileiras tive a tristeza em saber que uma amiga de longos anos, foi assaltada na região do Bairro da Caixa D’água, na Ladeira do Paiva. Na ocasião levaram seu veículo e diversos pertences importantes ao seu labor. O fato foi registrado com muito zelo por colegas da DRFRV. Um atendimento impar. As buscas iniciaram de imediato e em dois dias colegas Investigadores de outra unidade especializada (DRFR) localizaram o veículo, recuperaram e encaminharam a DRFRV. O veiculo foi liberado dentro do padrão e da celeridade de vários colegas que assumiram e se dedicaram perante situação.

Mas irão dizer: Isso ocorreu porque foi com uma amiga de um Policial Investigador! Respondo com muita tranquilidade de quem acompanhou por dois dias seguidos indo à unidade policial (DRFRV) e percebendo toda a movimentação naqueles dias. Seria leviano e uma inverdade acreditar que o caso foi resolvido por conta de se tratar de uma conhecida de um policial civil. Não! Não foi!

Assisti durante aqueles dois dias na DRFRV, o empenho, a dedicação e a educação em que colegas tratavam todos e todas que ali chegavam desesperados de ter perdido um bem. Portanto é preconceito, inverdade acreditar que o tratamento dado foi especifico ou direcionado a um colega, quando na verdade foi dispensado ao povo o mesmo tratamento e dedicação. Me senti orgulhoso e certificado de que somos muito bons! Somos competentes e dedicados.

Infelizmente, no mesmo dia em que foi recuperado o veículo da minha amiga recebi a noticia que um dos meus cunhados, irmão da minha esposa, havia sido assaltado, por três meliantes, na porta do trabalho, e que tinham levado seu veículo e pertences. Uma onda de azar familiar!

O fato foi registrado na DRFRV e mais uma vez foi exposto aos colegas do S.I. daquela unidade especializada de policia. E ai iniciou-se o processo de investigação e uma via crucis na família. Meu cunhado, vítima do roubo do veículo, entrou em depressão! Minha esposa estava triste por ver o irmão naquele estado. E eu apreensivo, mas cheio de esperança. Afinal, acabara de ver o empenho, competência, zelo e dedicação dos meus colegas na busca de inúmeros veículos, das inúmeras pessoas que adentram frequentemente naquela unidade policial para reclamar e registrar a perda do seu bem móvel. Então...porque não manter a esperança e a crença que, também, o veiculo do meu cunhado seria encontrado?

Foram 13 dias de buscas incansáveis. As investigações estavam no encalço dos meliantes e já se sabia onde o veículo estava circulando. Pronto! O trabalho já tinha surtido efeito. Era tudo somente uma questão de tempo, segurança e certeza do momento certo de buscar o veículo onde fosse informado que ele estivesse. E assim, como esperado, foi finalizado o sofrimento do meu cunhado. Carro recuperado em local perigoso com os destemidos e dedicados Investigadores da DRFRV.

Naquela ocasião, precisamente no inicio da semana, assistimos uma reportagem televisiva mostrando outros tantos veículos recuperados e entregues aos seus verdadeiros donos. Essa é a rotina na DRFRV. Graças às ações combinadas de inteligência, investigação e dedicação dos IPC’s, EPC’s daquela unidade. Portanto, matéria importante mas sem o reconhecimento e elogios que nossos(as) colegas IPC’s merecem!

É preciso agradecer aos colegas da DRFRV IPC’s Gutemberg Filho, Mario Capinan, Derivaldo Martins e Ruy Mac Allister, que nos mantiveram informados todos os dias, entrando em contato e nos acalmando. Infelizmente não posso citar os nomes dos demais envolvidos no processo de investigação, pelo risco de esquecer o nome de alguém!

Além disso, temos a necessidade de agradecer e parabenizar pelo atendimento que presenciei ser dispensado às diversas vítimas durante todos esses dias e com certeza acredito ser a forma padrão dispensada a todos e todas, cidadãos e cidadãs que solicitam os serviços dos(as) trabalhadores policiais (IPC’s, EPC’s) da DRFRV.

Conto essa experiência com o intuito de levarmos, aos(as) nossos(as) colegas, sociedade e autoridades do Estado da Bahia, uma reflexão sobre parte (ponta do iceberg) das verdadeiras atividades, dedicação e perigos que Investigadores(as), Escrivães e Peritos(as) Técnicos(as) da PCBA passam e sofrem no dia a dia do seu labor. Sabemos que isso se repete e com certeza será observado em outras delegacias especializadas, em delegacias territoriais, em todas as unidades de Coorpins. Em suma: em todos os espaços em que esses(as) Trabalhadores(as) Policiais estejam laborando.

A experiência vivida por mim na condição de amigo de vítima e parente de vítima está sendo relatada tentando criar uma narrativa com certo distanciamento de pertencimento dos quadros da PCBA como Investigador há 24 anos! Tentando me colocar como um cidadão comum que observa o funcionamento da PCBA aos cuidados de IPC’s e EPC’s. Mas sei que o mesmo ocorre com os PTPC’s. E chego à conclusão que A POLICIA CIVIL DA BAHIA NÃO MERECE OS(AS) TRABALHADORES(AS) POLICIAIS QUE TEM! Investigadores, Escrivães e Peritos Técnicos NÃO SÃO RECONHECIDOS E MUITO MENOS VALORIZADOS NA INSTITUIÇÃO EM QUE LABORA!   

Por isso que nossa luta por valorização deve ser aprofundada e levada muito a sério. Um processo que deve ser estabelecido pelos governantes e pelo Estado. E sobretudo reivindicado por todos(as) nós!

Não sabemos até quando teremos energia e forças para dá continuidade a esse legado. Pois, já assistimos o esmorecimento de muitos(as), a desistência de alguns e o abandono do Estado sucateando e deteriorando a policia investigativa.

 

Muito obrigado meus e minhas colegas da DRFRV!

Muito Obrigado meus e minhas colegas da DRFR!

Parabéns meus e minhas colegas IPC’s, EPC’s e PTPC’s!

 

Sigamos em frente na lutas e vamos em busca daquilo que é nosso direito e merecimento!

SALÁRIO DE NÍVEL SUPERIOR, JÁ!

 

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